Por Dra. Sílvia Joly Mattos – Planejar uma gravidez tardia tem se tornado cada vez mais comum para as mulheres que buscam o sucesso profissional e a estabilização financeira, e isso se torna mais fácil a partir do momento em que temos avançadas técnicas de reprodução humana, como a Fertilização In Vitro. E para essas mulheres, o congelamento de óvulos é uma ótima opção para ter uma gestação tardia saudável, já que o avanço da idade traz riscos de infertilidade.
A criopreservação de embriões e gametas, mais conhecida como congelamento de embriões e óvulos, é uma técnica que permite manter as células e tecidos em baixas temperaturas com seu metabolismo inativado por longos períodos, o que garante a viabilidade de uma gestação tardia por conservar a qualidade do material biológico. O período ideal para a realização desse procedimento é entre 20 e 35 anos, quando os óvulos estão na sua melhor qualidade.
Para o processo de congelamento de óvulos, podem ser usadas duas técnicas: a lenta e a vitrificação, sendo esta última a utilizada atualmente. A vitrificação consiste no resfriamento de gametas femininos através do nitrogênio líquido a uma temperatura de -196º, o que permite a solidificação sem a formação de gelo (cristalização). Com essa técnica, as taxas de sobrevivência do óvulo após o descongelamento é de 95%.
A criopreservação prévia é muito indicada para pacientes que passaram por alguma doença oncológica, que querem postergar a maternidade ou mesmo para um programa de doação compartilhada de óvulos.
No caso de realização de uma Fertilização In Vitro, o congelamento de embriões tem a finalidade de conservar aqueles que não foram transferidos no ciclo a fresco de FIV para um próximo ciclo em vários tipos de situações.
Dra. Sílvia Joly Mattos é médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Reprodução Humana e Histeroscopia.
Fonte: FEBRASGO – Manual de Orientação de Reprodução Humana