Por Dr.ª Sílvia Joly Mattos –
A Fertilização In Vitro com a doação de óvulos é uma prática que permite às mulheres que não conseguem engravidar com seus próprios óvulos realizar o sonho de ser mãe. O primeiro caso registrado de uma gravidez com oócito doado ocorreu em 1984. Atualmente, trata-se de uma técnica difundida em todo o mundo, mas cada país possui sua própria regulamentação sobre o tema.
O procedimento consiste na estimulação da ovulação da mulher doadora como habitualmente é feita nos casos de FIV, sendo que os óvulos coletados são fertilizados com espermatozoides do parceiro da mulher receptora. Depois, os embriões produzidos são transferidos para o útero da receptora hormonalmente preparada ou são congelados para uma
transferência futura.
A doação de óvulos é indicada para situações de ausência de função ovariana (menopausa precoce, insuficiência ovariana precoce ou outros problemas) e também quando há falhas repetidas de FIV ou casos de risco de doença genética.
Uma das dificuldades nesse tipo de procedimento é a falta de mulheres doadoras. Algumas vezes utilizam-se óvulos de pacientes que estão se submetendo a tratamento de FIV e que concordam em doar parte de seus óvulos a uma outra paciente.
No Brasil, o Conselho Federal de Medicina estipulou normas éticas para organizar os programas de doação de óvulos. A doação não pode ter caráter lucrativo ou comercial e, além disso, as doadoras não devem conhecer a identidade das receptoras e vice-versa.
Dr.ª Sílvia Joly Mattos é médica especialista em Ginecologista, Obstetrícia e Reprodução Humana.
Fonte: FEBRASGO – Manual de Orientação de Reprodução Humana