Dra. Sílvia Joly Mattos –
O mês de março é dedicado à conscientização da endometriose, doença silenciosa que em muitas situações só é diagnosticada após tentativas frustradas de engravidar.
A endometriose surge quando as células do endométrio (camada que reveste internamente o útero) aparecem em outros locais do corpo, como ovários, trompas e cavidade abdominal ou até mesmo intestino e bexiga, em alguns casos. Esse fenômeno desencadeia um processo inflamatório que influencia na ovulação, fertilização e implantação do embrião.
A doença pode ser tratada, principalmente em seu estágio inicial, por isso é importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes. A endometriose pode ser totalmente assintomática, ou apresentar sintomas leves que podem aumentar progressivamente, como cólica menstrual que não melhora com diversos tratamentos, dor durante relações sexuais, dor pélvica sem relação com o período menstrual, queixas intestinais durante o período menstrual, dor e sangue ao urinar etc.
A síndrome é classificada em vários graus, de acordo com o tamanho, extensão e profundidade das lesões. Para o tratamento adequado, são considerados o local onde a endometriose se desenvolve, o grau da doença, os sintomas apresentados e o desejo ou não da mulher de engravidar. O tratamento, portanto, pode ser medicamentoso ou cirúrgico.
Vale destacar, no entanto, que com a maior divulgação dessa patologia nos últimos anos, muitas adolescentes e jovens que sofrem de fortes cólicas menstruais acham que podem ter endometriose. Mas nem sempre é o caso, pois muitas vezes existem cólicas fortes desde a primeira menstruação, que chamamos de dismenorreia primária.
A dismenorreia pode ser primária ou secundária. Primária, quando a causa é o aumento na produção de prostaglandina pelo endométrio, e secundária, quando resultante de alterações patológicas no aparelho reprodutivo (endometriose, miomas, tumores pélvicos, fibromas, estenose cervical etc.).
A dica é sempre procurar um especialista para fazer o diagnóstico correto e o tratamento adequado!
Dra. Sílvia Joly Mattos é médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia formada pela Unicamp, com Mestrado na área de Infertilidade pela Unicamp e especialista em Reprodução Assistida com Título reconhecido pela Febrasgo.