Dra. Sílvia Joly Mattos
As técnicas de reprodução assistida foram desenvolvidas para dar possibilidade aos casais inférteis de realizarem o sonho de se tornarem pais e, assim como em todas as outras áreas da medicina, essas técnicas passaram por evoluções significativas ao longo dos anos que fizeram com que se tornassem cada vez mais eficazes e seguras, apresentando baixas taxas de complicações.
No entanto, apesar de todo avanço tecnológico e de conhecimento, existem ainda algumas potenciais complicações que nos desafiam como especialistas da área. Uma dessas complicações é a Síndrome do Hiperestímulo Ovariano (SHO), que é a resposta anormal dos ovários ao estímulo com gonadotrofinas, substância utilizada para estimulação ovariana com o intuito de aumentar as chances de sucesso do tratamento.
Dentre os sinais e os sintomas da SHO estão aumento do volume ovariano, desconforto e distensão abdominal.
Os fatores de risco são especialmente mulheres com menos de 35 anos, portadoras da Síndrome do Ovário Policístico (SOP), níveis elevados de estradiol e pacientes com número elevado de folículos pré-ovulatórios e/ou número elevado de oócitos recuperados.
O tratamento na maioria dos casos é conservador, objetivando o alívio dos sintomas e desconfortos.
Muito importante considerar que, atualmente, a SHO ocorre com bem menos frequência, pois, assim que essas pacientes de risco são identificadas, são adotadas várias medidas de prevenção durante e logo após o tratamento.
Dra. Sílvia Joly Mattos, de Campinas/SP, é médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Reprodução Humana e Vídeo-Histeroscopia