Dra. Silvia Joly Mattos –
A alimentação saudável é recomendada a todas as pessoas para sua saúde e bem-estar. No caso da mulher que pretende engravidar ou na gestante ela é ainda mais importante e necessária. Por isso, existe a recomendação para a redução do consumo de carne vermelha, alimentos processados e industrializados por possuírem substâncias prejudiciais às células reprodutivas, além de carboidratos refinados de farinha branca.
Dieta mediterrânea
Segundo pesquisa realizada pela Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, uma dieta capaz de elevar a concentração de nutrientes importantes para o sistema reprodutor, como vitaminas do complexo B e nutrientes antioxidantes, aumentam as chances de fertilidade.
Além disso, peixes ricos em gorduras essenciais, como salmão, atum e sardinha, entre outros, e também óleos de boa qualidade, como canola, oliva, algodão ou girassol, também são importantes numa dieta saudável.
Outro estudo, realizado no Centro Médico Universitário de Rotterdam, na Holanda, demonstrou que aderir a uma dieta mediterrânea, como exemplifiquei acima, aumentou a incidência de gestação após tratamento de fertilização in vitro. O teste comparou uma dieta de padrão mediterrâneo versus padrão saudável, que continha alto consumo de frutas, vegetais, pescados, grãos integrais, baixo consumo de porções industrializadas, maionese e carne vermelha.
Os resultados mostraram que ambos os padrões são benéficos para a saúde reprodutiva, pois são saudáveis, entretanto o padrão mediterrâneo aumentou a incidência de gestação após o tratamento de FIV e as hipóteses são de que isso ocorre por conta do alto consumo de ácido linoleico, ômega 6, presente nos óleos vegetais, importante para regulação hormonal, ovulação e implantação.
Portanto, os estudos têm mostrado que é altamente recomendado seguir uma dieta mais balanceada e inclinada para o padrão mediterrâneo após a transferência embrionária e durante a gestação.
Dra. Silvia Joly Mattos é médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia formada pela Unicamp, com Mestrado na área de Infertilidade pela Unicamp e especialista em Reprodução Assistida com Título reconhecido pela Febrasgo.