Avaliação da reserva ovariana para ter filhos tardiamente

Dra. Sílvia Joly Mattos –

A quantidade de óvulos disponíveis para a fecundação é o que chamamos na medicina de reserva ovariana. Essa reserva é muito importante e deve ser avaliada em mulheres que planejam ter filhos após os 35 anos. Isso porque a idade é um fator que interfere diretamente na fertilidade, já que a cada menstruação essa reserva diminui.

Sabemos que da primeira menstruação até os 30 anos de idade a fertilidade feminina se mantém estável. Porém, entre 30 e 35 anos, ocorre uma queda, que se intensifica consideravelmente a partir dos 35, podendo resultar em mais problemas para uma concepção natural, maiores riscos de aborto espontâneo e também mais chances de fetos com algum tipo de problema, pois os últimos óvulos liberados têm mais defeitos genéticos.

Para verificar se a reserva ovariana da paciente ainda é grande ou se ela deve optar pela criopreservação de embriões caso não queira ter uma gestação naquele momento ou para a Fertilização In Vitro (FIV), são indicados alguns tipos de exames, como Ultrassonografia transvaginal, FSH e Hormônio Antimulleriano (AMH).

Dentre todos esses exames, o melhor e mais precoce indicador da reserva ovariana é o Hormônio Antimulleriano (AMH), que pode ser dosado em qualquer fase do ciclo menstrual e é independente da ação de outros hormônios. O AMH é medido por meio de exame de sangue.

Apesar de a reserva ovariana ser um fator importante a ser considerado e estar diretamente ligado à fertilidade, a baixa quantidade de óvulos disponíveis não é sinônimo de infertilidade. Se não for detectado nenhum outro tipo de problema de saúde ou se não houver alteração genética nem na mulher nem no homem, ainda há chances sim se uma concepção natural tardia.

Dra. Sílvia Joly Mattos, de Campinas/SP, é médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Reprodução Humana e Vídeo-Histeroscopia.