Dra. Sílvia Joly Mattos – Para que uma gravidez ocorra, tanto de forma natural quanto através de Reprodução Assistida, é necessário que o embrião apresente boa capacidade de implantação e que o endométrio também esteja receptivo a ele. Caso não haja essa interação, acontece o que chamamos de falha de implantação embrionária, que impossibilita a evolução da gestação.
Essa falha de implantação embrionária pode acontecer por diversos fatores: alterações genéticas no embrião; alterações uterinas; deslocamento da janela de implantação, modificações hormonais, fatores imunológicos, trombofilia, entre outros.
As causas genéticas podem ocorrer quando o embrião possui um número ou estrutura de cromossomos diferente em relação ao que é normal. Já as alterações uterinas são caracterizadas pela presença de miomas, malformações e pólipos que afetam a cavidade uterina e prejudicam o endométrio, impedindo assim a implantação embrionária.
Quanto às modificações hormonais, essas trazem alterações nas taxas de hormônios essenciais no período de implantação embrionária.
A formação de coágulos sanguíneos, chamado de trombofilia, também pode levar à falha de implantação embrionária, já que obstrui vasos uterinos que realizam o transporte de nutrientes e oxigênio necessários para a correta fixação e desenvolvimentos do embrião.
Por último, o deslocamento da janela de implantação é quando o ciclo da paciente apresenta atividade hormonal diferente da convencional, ou seja, o embrião não consegue se implantar aproveitando o período (chamado de janela) de receptividade do endométrio que é de 24 a 36 horas após a fecundação.
Portanto, a falha de implantação embrionária é um assunto bem importante em nossa área de Reprodução Assistida.
Dra. Silvia Joly Mattos é médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia formada pela Unicamp, com Mestrado na área de Infertilidade pela Unicamp e especialista em Reprodução Assistida com Título reconhecido pela Febrasgo.