Exames básicos para investigar infertilidade de um casal

Dra. Silvia Joly Mattos

Mulheres com menos de 35 anos que mantém relações sexuais regularmente, sem o uso de nenhum método contraceptivo por mais de um ano, e não conseguem engravidar, ou então mulheres com 35 anos ou mais que em até seis meses de tentativas não conseguiram engravidar devem procurar um especialista para uma investigação minuciosa do casal sobre as possíveis causas de infertilidade. E devido à importância do assunto, resolvi falar sobre a propedêutica básica do casal infértil, que são os exames necessários para essa investigação.

Ao avaliar um casal infértil, existem alguns parâmetros que devem ser analisados para encontrar a causa da infertilidade, que pode estar presente no homem, na mulher ou em ambos, os chamados casos multifatoriais, também muito comuns.

O primeiro passo é fazer uma anamnese do casal, avaliando seus hábitos e história clínica, com o objetivo de identificar antecedentes pessoais ou familiares que possam justificar a infertilidade, como uso de drogas, tóxicos, infecções, problemas genéticos, cirurgias, cigarro, tratamentos anteriores, sobrepeso, idade e etc.

No caso das mulheres, a investigação baseia-se na avaliação da idade (a partir dos 35 anos ocorre uma queda significativa da fertilidade que tende a aumentar com o passar dos anos); avaliação do fator ovulatório, cujo questionário é fundamental, complementado na maioria das vezes pelos exames de dosagens hormonais; do fator tuboperitoneal, podendo ser avaliado inicialmente pela HSG (histerossalpingografia); uterino (exames de ultrassonografia transvaginal ou HSG); e o fator masculino, avaliando-se o sêmen através do espermograma.

Este é um protocolo mínimo de investigação para o casal infértil, porém, dependendo do questionário e dos resultados apresentados, pode ser necessário que o homem, a mulher ou ambos sejam submetidos a investigações mais profundas para descobrir a (s) causa (s) da infertilidade.
Um exemplo de outro fator a ser investigado posteriormente, se for o caso, é a endometriose, especialmente a endometriose profunda, que pode ser avaliada por ultrassom específico ou mesmo por ressonância magnética.

A partir daí dessa completa avaliação, inicia-se um tratamento para mais tarde o casal poder engravidar naturalmente ou então através de tratamentos de reprodução humana.

Dra. Sílvia Joly Mattos, de Campinas/SP, é médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Reprodução Humana e Vídeo-Histeroscopia.