Síndrome dos Ovários Policísticos e sua relação com a gravidez

Dra. Sílvia Joly de Mattos

Quase 10% das mulheres em idade fértil, segundo estudos científicos, sofrem com a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), problema que normalmente começa na puberdade, mas que muitas vezes só é diagnosticado quando há tentativas frustradas para engravidar. A dificuldade para engravidar, nesses casos, ocorre pela menor frequência de ciclos ovulatórios.

Apesar de sua causa ainda não ser completamente esclarecida, estudos apontam que a Síndrome dos Ovários Policísticos pode ter origem genética e que também pode estar relacionada com a resistência à ação da insulina em nosso corpo, o que levaria a um desequilíbrio hormonal.

Além da possível dificuldade para engravidar, ciclos menstruais irregulares e outros sintomas clínicos, a síndrome também pode vir acompanhada da propensão para diabetes tipo 2, obesidade e doenças cardiovasculares.

Para diagnosticar a Síndrome dos Ovários Policísticos e prescrever um tratamento adequado, além da avaliação clínica é importante também solicitar o ultrassom, para eliminar outras doenças (principalmente as endocrinológicas, de tiroide ou suprarrenal), e dosagens hormonais.

O tratamento irá depender muito do objetivo da paciente. Por isso, é importante saber se ela procura tratar a síndrome e seus sintomas apenas ou se quer tratar a infertilidade causada pela doença para que consiga engravidar. Caso seu objetivo seja tratar a síndrome e seus sintomas, medicações apropriadas que regulem o ciclo menstrual, alimentação saudável e a realização de atividades físicas são suficientes. Agora, caso queira tratar a infertilidade, os procedimentos são diferentes.

Para casais inférteis exclusivamente por esse motivo, primeiramente é necessário que o distúrbio seja corrigido através de medicamentos para que aconteça a indução da ovulação e então aumente as possibilidades de a mulher engravidar. Mas, se a infertilidade acontece pela junção de mais fatores, existem outras opções para os casais que sonham em se tornar pais, como por exemplo a Fertilização In Vitro (FIV).

Dra. Sílvia Joly Mattos, de Campinas/SP, é médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Reprodução Humana e Vídeo-Histeroscopia.
Fonte: FEBRASGO – Manual de Orientação de Reprodução Humana.

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