Dra. Sílvia Joly Mattos –
Muitos casais, quando se deparam com as opções de tratamento da reprodução assistida, já imaginam que será possível escolher o sexo do bebê. Mas não é bem assim. Apesar de ser possível diagnosticar qual é o sexo do embrião antes de ele ser transferido para o útero, isso não quer dizer que o casal poderá escolher.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) estabelece algumas normas para a possibilidade de escolha do sexo do bebê, e isso só acontece em casos especiais, quando há chances reais de doenças relacionadas ao sexo.
Mas para isso é preciso que, no início do tratamento de RA, quando são feitos os exames, o casal apresente um histórico de doenças relacionadas ao sexo para que possa ser justificável. Entre algumas doenças, estão essas:
– Síndrome do X frágil: doença que gera deficiência mental, pode acontecer em ambos os sexos, mas é mais comum nos homens;
– Hemofilia: patologia que resulta em dificuldade na coagulação sanguínea e afeta apenas os homens;
– Microdeleção do cromossomo Y: ausência total ou parcial das informações genéticas que reproduzem os espermatozoides.
Nos casos em que alguma doença relacionada ao sexo é identificada no histórico familiar, é feita a análise genética do embrião para checar a possibilidade da doença. Nessas situações, o casal pode optar por transferir para o útero o embrião que não seja portador das alterações genéticas.
Dra. Sílvia Joly Mattos é médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia formada pela Unicamp, com Mestrado na área de Infertilidade pela Unicamp e especialista em Reprodução Assistida com Título reconhecido pela Febrasgo.