Dra. Sílvia Joly Mattos –
O assunto que trago dessa vez é sobre a doação de espermatozoides, que assim como a doação de óvulos, permite que seja possível a gravidez de alguns casais com problema de infertilidade ou casais homoafetivos. O que rege esse tema no Brasil é a Resolução do Conselho Federal de Medicina, de 2017.
Qualquer homem, de acordo com o CFM, pode ser um doador voluntário de espermatozoides, desde que atenda aos requisitos em relação à saúde e à idade. A idade limite para o homem é de até 50 anos e ele não pode ter histórico de doença genética ou crônica, assim como a família. Também não é permitida a doação em voluntário com doenças sexualmente transmissíveis e malformações.
Quando um casal passa pelo tratamento de reprodução assistida e recebe o esperma doado, ele não pode ter conhecimento da identidade do doador, bem como o doador não pode saber a identidade do receptor.
O casal deve escolher o doador de espermatozoides a partir de uma ficha de informações contendo: tipo sanguíneo, raça, origem étnica, religião, características físicas, hábitos de vida, gostos e preferências em relação a artes, comidas, esportes, hobbies etc.
Para ser um doador, o homem precisa passar por avaliação clínica e fazer exame de sangue para descartar alguma doença. Após os exames confirmarem que está apto, a coleta é feita na clínica de reprodução humana, por meio da masturbação. Depois da coleta é feita a análise seminal, que verifica a saúde dos gametas.
Se tudo estiver dentro dos parâmetros, o material passa pela técnica de criopreservação (congelamento) para ser armazenado e utilizado futuramente em processos de reprodução assistida, como a Fertilização In Vitro ou a Inseminação Artificial.
Dra. Silvia Joly Mattos é médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia formada pela Unicamp, com Mestrado na área de Infertilidade pela Unicamp e especialista em Reprodução Assistida com Título reconhecido pela Febrasgo.