Dra. Sílvia Joly Mattos – A transferência embrionária é uma das etapas do tratamento de Fertilização in Vitro. Ela consiste em transferir para o útero da paciente o embrião ou os embriões, dependendo do caso, após a fertilização no laboratório.
Após o processo de fertilização, a partir do terceiro dia, um embrião considerado saudável já tem cerca de oito células iguais, e no quinto dia, tem um número grande de células diferenciadas, passando a ser considerado um blastocisto. Na maioria dos laboratórios de Reprodução Assistida, prefere-se fazer a transferência na fase de blastocisto. E também, na maioria deles, opta-se pelo congelamento dos embriões na fase de blastocisto para realização da transferência em um outro mês.
Antes de realizar a transferência, porém, observamos alguns critérios importantes: qualidade e quantidade dos embriões formados, idade da paciente, cirurgias uterinas, malformações uterinas, número de tentativas anteriores, questões emocionais e histórico de tratamento.
Normalmente, são transferidos primeiro os embriões de melhor qualidade, que possuem mais chances de se desenvolver.
A colocação dos embriões no interior da cavidade uterina é um procedimento rápido e simples e não requer sedação ou anestesia. A única exigência é a paciente estar com a bexiga cheia, para que se possa guiar a transferência pelo ultrassom pélvico.
Sobre o número de embriões a serem transferidos, a resolução do Conselho Federal de Medicina de 2017 determina o seguinte de acordo com a idade: mulheres até 35 anos: até 2 embriões; mulheres entre 36 e 39 anos: até 3 embriões; mulheres com 40 anos ou mais: até 4 embriões.
Após o procedimento, a paciente deverá permanecer sem atividade física intensa por 24 horas. Dois dias depois da transferência, a rotina segue normal.
Dra. Sílvia Joly Mattos é médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia formada pela Unicamp, com Mestrado na área de Infertilidade pela Unicamp e especialista em Reprodução Assistida com Título reconhecido pela Febrasgo.