A criopreservação conserva a fertilidade da mulher que vai enfrentar um tratamento

Dra. Sílvia Joly Mattos – O Dia Mundial do Câncer, celebrado em 4 de fevereiro, é uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS). O objetivo é aumentar a conscientização e a educação sobre a doença, além de influenciar governos e indivíduos para que se mobilizem pelo controle do câncer.

Quando se fala em conscientização, educação e prevenção, temos de orientar as pacientes no autoexame de mama, na realização dos exames ginecológicos de rotina e nos hábitos saudáveis que contribuem para a saúde como um todo.

É necessário também dar atenção especial às mulheres em idade fértil que, infelizmente, venham a enfrentar o câncer. Esse é um momento difícil, mas os sonhos futuros não podem ser abandonados, como o da maternidade. Por isso, nós, especialistas em Reprodução Assistida, orientamos sobre os cuidados e os procedimentos possíveis para serem realizados antes do tratamento oncológico a fim de preservar a fertilidade.

Isso porque a quimioterapia e a radioterapia podem comprometer a fertilidade em diferentes graus devido aos danos no tecido ovariano pelos medicamentos usados. Sendo assim, após a conclusão do tratamento, a fertilidade pode não ser afetada ou pode haver uma infertilidade temporária, diminuição da fertilidade e até mesmo infertilidade permanente.

Por isso a mulher pode preservar a fertilidade para ter filhos biológicos no futuro por meio da criopreservação (congelamento) de embriões, de óvulos e de tecido ovariano. Esse processo devolve a autoestima à mulher que, mesmo abalada com a doença, vislumbra a possibilidade de ser mãe.

Dra. Silvia Joly Mattoss é médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia formada pela Unicamp, com Mestrado na área de Infertilidade pela Unicamp e especialista em Reprodução Assistida com Título reconhecido pela Febrasgo.