Dra. Sílvia Joly Mattos –
Como já abordei aqui, a preservação da fertilidade é o congelamento de óvulos para a mulher ter filhos biológicos no futuro, indicada em várias situações, como adiamento da maternidade por escolha da própria mulher ou devido à possibilidade de infertilidade causada após tratamento de doenças oncológicas, autoimunes ou mesmo algumas doenças ginecológicas benignas. Então, neste post, trago informações específicas sobre a preservação da fertilidade em pacientes que podem ficar inférteis após passarem por algum tipo de tratamento.
Os tratamentos, em especial os oncológicos (quimioterapia e radioterapia), podem comprometer a fertilidade em diferentes graus por causar danos ao tecido ovariano devido à dose do medicamento usado. Sendo assim, após a conclusão do tratamento, a fertilidade pode não ser afetada ou pode haver uma infertilidade temporária, diminuição da fertilidade e até mesmo infertilidade permanente.
A infertilidade temporária pode ser manifestada pela falta da menstruação nas mulheres, que pode voltar logo após o término do tratamento ou demorar anos para voltar ao normal. Já a diminuição da fertilidade é o comprometimento das funções hormonais e reprodutivas. E por fim, a infertilidade permanente é o comprometimento total da função ovariana.
Assim, para preservar a fertilidade dessas mulheres que desejam ser mãe, é necessário realizar os procedimentos antes de iniciar o tratamento. No entanto, a estratégia a ser escolhida para garantir a fertilidade irá depender de vários fatores, como: idade da paciente, tipo, localização e grau da doença, reserva ovariana etc.
Dentre as possibilidades para preservar a fertilidade, existe a criopreservação (congelamento) de embriões, de óvulos e de tecido ovariano. Esse processo devolve à mulher a autoestima que estava abalada com a doença e a possibilidade da maternidade.
Portanto, a mulher que irá passar por um tratamento de câncer deve procurar um especialista em reprodução assistida para se informar sobre o melhor caminho a seguir. O avanço da medicina traz essa possibilidade, que no passado não existia, e que é um alento para essas pacientes.
Dra. Sílvia Joly Mattos, de Campinas/SP, é médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Reprodução Humana e Vídeo-Histeroscopia.